terça-feira, 18 de agosto de 2015

[#LeiaResenhas] Sarah J. Maas - Coroa da Meia-Noite (Trono de Vidro #2)


Crítica do livro "Coroa da Meia-Noite". Montagem: Renato Souza.
Se Trono de Vidro (livro 1) não chegou a querer me fazer ler a sequência imediatamente, “Coroa da Meia-noite” mostrou as pretensões da série e conseguiu chamar minha atenção.

Depois do primeiro livro, que serve como uma espécie de prólogo para a saga, o segundo começa de uma forma eletrizante. Após se tornar a assassina do rei de Adarlan ao vencer a competição, Celaena cumpre ordens e passa a matar (ou fingir que está matando) as vítimas encomendadas pelo rei, até que ela se depara com um nome pertencente ao seu passado e resolve investigar mais a fundo quais são as ameaças reais e quem são os envolvidos.

De início eu tive a forte impressão de que o livro se trataria de um romance com aventura, mesmo com o início eletrizante e boas cenas de ação. Me enganei. Tudo estava sendo muito bem construído para um cenário de tramas e desconfianças entre vários personagens, que por sinal são muito bem definidos e construídos. No meio da obra, quando o leitor se depara com uma grande cena, que revela as reais pretensões do enredo, certamente se tornará um grande fã da história. Os acontecimentos se interligam com os fatos anteriores de maneira brilhante, sinônimo de boa condução da autora.

Interessante observar que as aventuras de Celaena envolvem magia e fantasia e quando nos deparamos com esses gêneros nem sempre o(a) autor(a) consegue inseri-lo de maneira que faça qualquer leitor aceitar todas as ideias propostas. Na saga do “Trono de Vidro” esses elementos não são só inseridos na medida certa como eles aparecem de uma forma completamente nova.

Ao final de Coroa da Meia-noite percebemos que a trajetória de Celaena e cia irá nos render ainda boas tramas e aventuras. Além do enredo ter muito a oferecer, os personagens são bastante carismáticos e fazem com que o leitor naturalmente passe a torcer por eles... ou odiá-los.

Para quem gosta de uma história com um pouco de cada gênero, todos na dosagem correta, eu recomendo este livro. Entrou para os meus favoritos de 2015, muito bom!

terça-feira, 11 de agosto de 2015

[#LeiaResenhas] Neil Gaiman - O Oceano no Fim do Caminho

Crítica do livro "O Oceano no Fim do Caminho", de Neil Gaiman. Montagem: Renato Souza.
Esse gênero literário não faz muito o meu estilo, mas curti muitas passagens de "O Oceano no Fim do Caminho", de Neil Gaiman. O fato de eu dar três estrelas é somente por eu não curtir tanto o tipo de literatura, e ainda sim gostei de acompanhá-la.

Na verdade, o interessante desse livro é que você não entende praticamente nada do que leu quando o termina (risos); ou, se entendeu a mensagem da maioria dos acontecimentos, outra pessoa dificilmente irá interpretá-los da mesma maneira que você. Alguns trechos nos identificamos de cara, pois mostra uma visão clara do que passamos na infância; em outros (a maioria) precisamos fazer uma grande interpretação, que não será completa em apenas uma leitura.

Confesso que assim que acabei de ler eu parti para a internet em busca de opiniões que dessem uma visão mais clara sobre a mensagem do autor e sobre a metáfora bastante complexa que ele colocou em sua obra. Consegui entender mais alguns fatos, mas nem tudo. Em muita coisa fiquei perdido. É preciso ler essa história mais de uma vez, sem dúvida. Livro repleto de fantasias, mas daquelas aparentemente sem noção, do tipo bem surreal, e que não oferece nenhuma explicação para todas as perguntas deixadas na história.

Para quem curte esse gênero este livro é um prato cheio. Além disso, a escrita é leve, os personagens são cativantes, com destaque para o protagonista, e pode servir de excelente reflexão sobre a infância. 

terça-feira, 4 de agosto de 2015

[#LeiaResenhas] Tom Rob Smith - A Fazenda

Crítica do livro "A Fazenda", de Tom Rob Smith. Montagem: Renato Souza.
É muito bom quando você se depara com um livro que te prende do início ao fim e te faz querer parar de ler apenas quando acaba. Assim foi com “A Fazenda”, de Tom Rob Smith.

A história começa quando Daniel recebe uma ligação do seu pai (Chris) alertando-o que sua mãe (Tilde) ficou louca e foi internada em um hospício. No entanto, antes de embarcar para a Suécia para verificar o problema, Daniel recebe uma nova ligação do pai dizendo que a mãe foi solta, que não sabe onde ela está e que provavelmente irá atrás do filho. Dito e certo, assim que a ligação é encerrada Tilde liga para Daniel e avisa-o que tudo que o pai disse é mentira, ela não está louca e precisa ir à polícia. Dessa forma, marca um encontro com o filho para explicar tudo que aconteceu no tempo em que ficaram distantes. Esta é a premissa básica do livro.

A partir de então uma narrativa bastante instigante começa do diálogo entre Daniel e Tilde. O jogo psicológico é tão grande que a todo momento ficamos, de verdade, em dúvida sobre quem está mentindo. Por vezes temos certeza que a mãe é louca; outras vezes podemos garantir que ela está dizendo a verdade. O interessante é que o filho é uma espécie de porta-voz do leitor, fazendo as perguntas-chave para a mãe a fim de esclarecer o relato dela. Nesse sentido, a história discorre através de uma escrita e uma estruturação tão bem feitas que não conseguimos parar de ler. Ocasionalmente quase pulamos para as últimas páginas para descobrir quem está certo. Precisamos nos segurar muito para não fazer isso (risos).

Engraçado que esse livro tinha tudo para ser um clichê, mas o ambiente e a maneira como as coisas são reveladas e surpreendem até o mais experiente dos leitores foram grandes acertos do autor. Gostei da originalidade.

Eu gostaria de verdade de poder comentar mais sobre a obra, mas só posso focar no quanto a curti e a coloquei entre as minhas favoritas de 2015. Se eu especificar mais alguma coisa sobre a história posso acabar mandando spoilers, e o que eu não quero de forma alguma é estragar as surpresas.

Literatura de alto suspense psicológico, ágil e envolvente. Um dos melhores livros de 2015, recomendo!

[#LeiaResenhas] Jennifer A. Nielsen - O Trono das Sombras (Trilogia do Reino #3)

Crítica do livro "O Trono das Sombras", de Jennifer A. Nielsen. Montagem: Renato Souza.
Antes de acompanhar a Trilogia dos Reinos criei uma expectativa boa por todas as críticas que vi. Gostei do primeiro livro (O Falso Príncipe), mas só depois de algum tempo que conferi o memorável segundo (O Rei Fugitivo). Esperei um pouco para concluir a história em “O Trono das Sombras”, mas não resisti por muito tempo. Infelizmente não foi o fim que atendeu às minhas expectativas.

Após os acontecimentos do segundo livro, uma guerra está para acontecer nos reinos de Carthya. Nesse cenário, o rei Jaron é obrigado a partir rumo a uma missão de resgate e tentar evitar os efeitos catastróficos das disputas pelo poder.

Geralmente a conclusão de uma saga é para ser grandiosa, mas eu não sei o que acontece com alguns autores ao se perderem no último livro. Tem-se a impressão de que as ideias se esgotam nas obras anteriores e não sobra nada para o último livro. Na Trilogia dos Reinos foi assim. Jennifer A. Nielsen mostrou uma escassez de ideias que decepcionou. Deparamo-nos com cenas repetidas dos livros anteriores.

É claro que houve momentos muito bons na história, senão eu não daria essa nota relativamente alta. Houve momentos que envolveram boa ação e surpresas, mas os altos e baixos do livro tiraram a empolgação de lê-lo. A história é falha em diversos aspectos. Existem planos que dão certo demais, personagens sem um perfil muito definido, enfim, falhas no roteiro que deixam a obra bastante infantil. Não que essa trilogia seja adulta, mas os planos e a inteligência de Jaron em lidar com as situações adversas conquistavam qualquer leitor e desta vez não vemos tanto disso na história. Eu senti falta das ideias realmente mirabolantes e surpreendentes do príncipe.

É uma pena, pensava que essa seria uma trilogia memorável, mas isso só aconteceu com o marcante “O Rei Fugitivo”, o único livro dos três que deixará saudade, pelo menos para mim.