Crítica do livro "A Fazenda", de Tom Rob Smith. Montagem: Renato Souza. |
É muito bom quando você se depara com um livro que te prende do início ao fim e te faz querer parar de ler apenas quando acaba. Assim foi com “A Fazenda”, de Tom Rob Smith.
A história começa quando Daniel recebe uma ligação do seu pai (Chris) alertando-o que sua mãe (Tilde) ficou louca e foi internada em um hospício. No entanto, antes de embarcar para a Suécia para verificar o problema, Daniel recebe uma nova ligação do pai dizendo que a mãe foi solta, que não sabe onde ela está e que provavelmente irá atrás do filho. Dito e certo, assim que a ligação é encerrada Tilde liga para Daniel e avisa-o que tudo que o pai disse é mentira, ela não está louca e precisa ir à polícia. Dessa forma, marca um encontro com o filho para explicar tudo que aconteceu no tempo em que ficaram distantes. Esta é a premissa básica do livro.
A partir de então uma narrativa bastante instigante começa do diálogo entre Daniel e Tilde. O jogo psicológico é tão grande que a todo momento ficamos, de verdade, em dúvida sobre quem está mentindo. Por vezes temos certeza que a mãe é louca; outras vezes podemos garantir que ela está dizendo a verdade. O interessante é que o filho é uma espécie de porta-voz do leitor, fazendo as perguntas-chave para a mãe a fim de esclarecer o relato dela. Nesse sentido, a história discorre através de uma escrita e uma estruturação tão bem feitas que não conseguimos parar de ler. Ocasionalmente quase pulamos para as últimas páginas para descobrir quem está certo. Precisamos nos segurar muito para não fazer isso (risos).
Engraçado que esse livro tinha tudo para ser um clichê, mas o ambiente e a maneira como as coisas são reveladas e surpreendem até o mais experiente dos leitores foram grandes acertos do autor. Gostei da originalidade.
Eu gostaria de verdade de poder comentar mais sobre a obra, mas só posso focar no quanto a curti e a coloquei entre as minhas favoritas de 2015. Se eu especificar mais alguma coisa sobre a história posso acabar mandando spoilers, e o que eu não quero de forma alguma é estragar as surpresas.
Literatura de alto suspense psicológico, ágil e envolvente. Um dos melhores livros de 2015, recomendo!