terça-feira, 27 de outubro de 2015

[#LeiaResenhas] Harlan Coben - O Preço da Vitória

Crítica do Livro "O Preço da Vitória", de Harlan Coben. Montagem: Renato Souza.
Mesmo quando você já está acostumado com Harlan Coben, é difícil pegar um livro dele e não se envolver com a história e com os personagens e se surpreender. Ele tem um jeito peculiar de escrever enredos de suspense policial de uma forma moderna, com temas atrativos e com pequenas doses de humor, além de fazer uma espécie de “meu amigo leitor, eu penso exatamente como você sobre essa frase que acabei de colocar”, como se fosse uma autocrítica ou autoanálise. Só quem acompanha sabe do que estou falando (risos).

A série do agente esportivo Myron Bolitar, a mais conhecida do autor, chega ao seu quarto livro, intitulado “O Preço da Vitória”. Depois de mexer com casos no ramo do futebol americano (“Quebra de Confiança”), no tênis (“Jogada Mortal”) e no basquete (“Sem Deixar Rastros”), Myron, juntamente com seus amigos e parceiros de investigações Win e Esperanza, precisa lidar com um sequestro no mínimo estranho do filho de um golfista de sucesso. Tudo começa quando a esposa de “Jack”, conhecida como “Linda”, procura Bolitar e relata a situação. Aparentemente o sequestro é apenas uma armação do filho do casal, mas aos poucos a história vai se mostrando mais séria e os mistérios se tornam cada vez maiores. Paralelamente aprendemos um pouco mais sobre o perfil dos coadjuvantes Esperanza e principalmente Win, o qual tem o seu passado explicado finalmente.

Já de início é possível adiantar que este foi um dos livros mais surpreendentes de Harlan Coben. Para quem começa a lê-lo se depara com a linguagem familiar do autor e encontra algumas semelhanças com obras lidas anteriormente. Assim, acredita que já pode prever como será o desfecho da história, sobretudo porque todos os fatos o levam a crer que dificilmente se surpreenderá com as revelações, mas é aí que o leitor comete um erro. Tudo parece simples e durante algumas páginas existe o receio da decepção, mas quando se fala de um dos mestres do suspense policial moderno, jamais se pode subestimar a habilidade de escrita dele.

Particularmente gosto muito quando um autor consegue te deixar preso ao enredo, mas daquele tipo bem empolgante, e sem enrolar com segredos que só se acumulam e tantas reviravoltas. Claro, Harlan Coben reservou revelações surpreendentes até a última página do livro, mas não precisou chegar até ela para jogar todas de uma só vez. Capítulo após capítulo somos presenteados com cenas e diálogos muito interessantes e ocasionalmente um dos mistérios é revelado. Além disso, as subtramas são muito bem encaixadas no contexto. Com essa fórmula, fica difícil não querer devorar o livro rapidamente.

Mesmo sendo um fã do autor, havia algum tempo que não lia uma obra sua, mas de propósito, para que eu pudesse preservar a empolgação ao conferir mais um livro seu. Parece ter dado certo, porque retomar “as atividades” me lembrou por que Harlan Coben é um premiado mestre da literatura policial. Já li mais de dez livros dele e ainda sim me surpreendi com “O Preço da Vitória”, o qual coloco como um dos melhores até aqui. Muito bom, recomendo!

[#LeiaResenhas] Kimberly McCreight - Reconstruindo Amélia

Crítica do Livro "Reconstruindo Amélia", de Kimberly McCreight. Montagem: Renato Souza.

Livros que abordam questões sociais modernas são definitivamente a minha praia. Com uma trama eletrizante sobre todo o drama, então, aí fica perfeito. Assim foi com o livro “Reconstruindo Amélia”, de Kimberly McCreight.

Na simples sinopse, quando sua mãe estava no caminho para verificar uma denúncia da direção por mau comportamento da filha, mais especificamente um plágio de trabalho, Amélia, uma adolescente de 15 anos, comete suicídio na sua escola, pulando do segundo andar. A mãe, em estado de choque, não acredita no que aconteceu, já que Amélia era uma aluna exemplar e (aparentemente) não tinha problema de relacionamento nem com ela e nem com nenhum colega. A história começa a ficar ainda mais misteriosa quando Kate recebe em seu celular a mensagem anônima: "Amélia não pulou".

Assim, o livro se intercala entre a narração de Amélia (1ª pessoa), que vai contando tudo que se passou até o dia da sua morte; e a narração em 3ª pessoa acompanhando a trajetória de Kate na busca pela verdade. A cada capítulo a sua filha vai sendo revelada tanto para a mãe quanto para o leitor.

O livro é incrível. Abordando questões como o preconceito, o bullying na escola e a necessidade de pertencer a algum grupo estudantil para se sentir aceito são abordados de maneira que fica impossível querer largar o livro. A autora tem um domínio sobre a escrita e sabe exatamente aonde quer chegar com a trama. Os diálogos são incríveis e as descrições são na medida certa.

É difícil não se comover com a história, já que é tudo muito real e perfeitamente plausível de acontecer. É de certa forma uma denúncia para o que hoje acontece nessa era tecnológica, a qual afeta o relacionamento entre pais e filhos e o ambiente escolar do indivíduo, o qual por sua vez pode acarretar inúmeros problemas psicológicos aos estudantes.

"Reconstruindo Amélia" é um drama com suspense que prende desde a primeira página, com várias revelações que pegam o leitor de surpresa. Sem dúvida este livro entra para um dos meus favoritos e uma das melhores leituras que tive em 2015. Recomendo! #LeiaUrgente.

[#LeiaResenhas] Pittacus Lore - A Queda dos Cinco (Os Legados de Lorien #4)

Crítica do Livro "A Queda dos Cinco", de Pittacus Lore. Montagem: Renato Souza.
Para quem estava acostumado com muitas cenas de ação, encontradas nos livros anteriores, principalmente em "A Ascensão dos Nove", certamente demorará alguns capítulos em "A Queda dos Cinco" para se acostumar com o ritmo menos eletrizante, não que isso seja um ponto ruim da história.

Neste quarto livro finalmente temos reunidos todos os "números". Dessa forma, vários pontos são esclarecidos com relação aos Legados de Lorien, mas ao mesmo tempo novas dificuldades e novos planos precisam ser inseridos no enredo. Na verdade, a obra que marca exatamente a metade da saga serve de prólogo para o que deve vir nos três últimos livros.

Suspense, intrigas, dilemas, treinamentos, retorno de personagem e aparição/reinserção de novos são encontrados neste surpreendente "A Queda dos Cinco". Os últimos capítulos foram de tirar o fôlego do leitor e servem para abrir um leque de situações que vão ser trabalhadas nas próximas sequências.

Não posso comentar muito sem dar spoiler, mas ainda estou sem acreditar em como tudo acabou e mais uma vez me pego ansioso para ler os próximos livros. Pittacus Lore sabe como escrever uma boa história, definitivamente. O nível não cai. Muito bom! #LeiaUrgente.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

[#LeiaResenhas] Paula Hawkins - A Garota no Trem


“A Garota no Trem”, de Paula Hawkins, tem causado grande alvoroço nas redes sociais nos últimos meses devido ao seu sucesso estrondoso de vendas logo após o lançamento, o que gerou boas expectativas nos leitores. No entanto, o livro peca pelo excesso de enrolação, falta de aprofundamento psicológico e poucos fatos surpreendentes, uma decepção para 2015.

Crítica do livro A Garota no Trem, de Paula Hawkins. Montagem: Renato Souza.
Desculpe-me, mas a partir do momento que damos de cara com um livro best-seller e logo na capa está escrito “Se você gostou de Garota Exemplar vai devorar este thriller psicológico”, então preciso comparar “A Garota no Trem” com a obra mencionada de Gillian Flynn, e é aí que já começa a frustração.

É um completo equívoco querer comparar o enredo de Paula Hawkins com o de Gillian. Já disse anteriormente que coloco Garota Exemplar como um dos melhores livros que já li, pela descrição psicológica perfeita dos personagens e da habilidade de Flynn em escrever uma história tão surpreendente e com um excelente nível de acidez na narração, o que não acontece em A Garota no Trem.

Esta história é narrada sob o ponto de vista de três personagens: Rachel, Megan e Anna. No entanto, se não fosse o fato de vir o nome da narradora em cada capítulo e elas estarem inseridas em cenários diferentes talvez nem percebêssemos a mudança de personagem. Por mais que elas possuam características diferentes, a personalidade de cada uma não é tão marcante. As protagonistas e os coadjuvantes são pouco aprofundados e damos de cara com clichês mal inseridos, como o alcoolismo e a traição conjugal. As primeiras 100 páginas até apresentam uma boa crescente e nos fazem querer ler ainda mais, mas depois só cai devido ao tempo de enrolação. Quando pensamos que uma grande coisa será revelada, nos frustramos em perceber que foi só uma propaganda enganosa.

Veja bem, o momento da literatura mundial não é de histórias em que são necessárias quase todas as páginas da obra para poder revelar o que aconteceu de verdade na principal cena do livro. Além do autor (a) apostar muito, corre um grave risco de decepcionar o leitor, que apostou na história, chegou ao final e não se surpreendeu. Aqui preciso comparar mais uma vez com Gillian Flynn. Em Garota Exemplar, a autora começa com uma narração cansativa, apresenta uma grande evolução, com reviravoltas reais e incríveis, que instigam o leitor, e joga uma revelação bombástica depois da página 200 (de um total de quase 500), que melhora uma história que já estava beirando a perfeição. Assim, a todo momento nos deparamos com fatos surpreendentes que nos fazem querer acompanhar a história para “vermos onde essa loucura vai levar”, e simplesmente não conseguimos largar o livro tamanha é a inteligência da autora.

Quero ressaltar que A Garota no Trem não é uma história chata, que apresenta justificativas ridículas e falhas graves no roteiro. Apenas por isso a nota não é ainda menor. Porém, eu pelo menos estou atrás de autores que nos tragam algo de novo, que nos surpreenda mesmo quando pensamos em tantas possibilidades para o desfecho, que nos faça sentir uma adrenalina só de estar acompanhando o enredo. Paula Hawkins apresenta uma escrita boa, com coisas interessantes, mas é muito regular e pouco inovadora no estilo.

Eu poderia citar diversos suspenses psicológicos que se sobressaem se comparados ao "A Garota no Trem". Se este eu pensei que seria um dos melhores de 2015, coloco-o como uma das decepções do ano. Faltou, e muito! Não recomendo.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

[#LeiaResenhas] Sarah J. Maas - Coroa da Meia-Noite (Trono de Vidro #2)


Crítica do livro "Coroa da Meia-Noite". Montagem: Renato Souza.
Se Trono de Vidro (livro 1) não chegou a querer me fazer ler a sequência imediatamente, “Coroa da Meia-noite” mostrou as pretensões da série e conseguiu chamar minha atenção.

Depois do primeiro livro, que serve como uma espécie de prólogo para a saga, o segundo começa de uma forma eletrizante. Após se tornar a assassina do rei de Adarlan ao vencer a competição, Celaena cumpre ordens e passa a matar (ou fingir que está matando) as vítimas encomendadas pelo rei, até que ela se depara com um nome pertencente ao seu passado e resolve investigar mais a fundo quais são as ameaças reais e quem são os envolvidos.

De início eu tive a forte impressão de que o livro se trataria de um romance com aventura, mesmo com o início eletrizante e boas cenas de ação. Me enganei. Tudo estava sendo muito bem construído para um cenário de tramas e desconfianças entre vários personagens, que por sinal são muito bem definidos e construídos. No meio da obra, quando o leitor se depara com uma grande cena, que revela as reais pretensões do enredo, certamente se tornará um grande fã da história. Os acontecimentos se interligam com os fatos anteriores de maneira brilhante, sinônimo de boa condução da autora.

Interessante observar que as aventuras de Celaena envolvem magia e fantasia e quando nos deparamos com esses gêneros nem sempre o(a) autor(a) consegue inseri-lo de maneira que faça qualquer leitor aceitar todas as ideias propostas. Na saga do “Trono de Vidro” esses elementos não são só inseridos na medida certa como eles aparecem de uma forma completamente nova.

Ao final de Coroa da Meia-noite percebemos que a trajetória de Celaena e cia irá nos render ainda boas tramas e aventuras. Além do enredo ter muito a oferecer, os personagens são bastante carismáticos e fazem com que o leitor naturalmente passe a torcer por eles... ou odiá-los.

Para quem gosta de uma história com um pouco de cada gênero, todos na dosagem correta, eu recomendo este livro. Entrou para os meus favoritos de 2015, muito bom!

terça-feira, 11 de agosto de 2015

[#LeiaResenhas] Neil Gaiman - O Oceano no Fim do Caminho

Crítica do livro "O Oceano no Fim do Caminho", de Neil Gaiman. Montagem: Renato Souza.
Esse gênero literário não faz muito o meu estilo, mas curti muitas passagens de "O Oceano no Fim do Caminho", de Neil Gaiman. O fato de eu dar três estrelas é somente por eu não curtir tanto o tipo de literatura, e ainda sim gostei de acompanhá-la.

Na verdade, o interessante desse livro é que você não entende praticamente nada do que leu quando o termina (risos); ou, se entendeu a mensagem da maioria dos acontecimentos, outra pessoa dificilmente irá interpretá-los da mesma maneira que você. Alguns trechos nos identificamos de cara, pois mostra uma visão clara do que passamos na infância; em outros (a maioria) precisamos fazer uma grande interpretação, que não será completa em apenas uma leitura.

Confesso que assim que acabei de ler eu parti para a internet em busca de opiniões que dessem uma visão mais clara sobre a mensagem do autor e sobre a metáfora bastante complexa que ele colocou em sua obra. Consegui entender mais alguns fatos, mas nem tudo. Em muita coisa fiquei perdido. É preciso ler essa história mais de uma vez, sem dúvida. Livro repleto de fantasias, mas daquelas aparentemente sem noção, do tipo bem surreal, e que não oferece nenhuma explicação para todas as perguntas deixadas na história.

Para quem curte esse gênero este livro é um prato cheio. Além disso, a escrita é leve, os personagens são cativantes, com destaque para o protagonista, e pode servir de excelente reflexão sobre a infância. 

terça-feira, 4 de agosto de 2015

[#LeiaResenhas] Tom Rob Smith - A Fazenda

Crítica do livro "A Fazenda", de Tom Rob Smith. Montagem: Renato Souza.
É muito bom quando você se depara com um livro que te prende do início ao fim e te faz querer parar de ler apenas quando acaba. Assim foi com “A Fazenda”, de Tom Rob Smith.

A história começa quando Daniel recebe uma ligação do seu pai (Chris) alertando-o que sua mãe (Tilde) ficou louca e foi internada em um hospício. No entanto, antes de embarcar para a Suécia para verificar o problema, Daniel recebe uma nova ligação do pai dizendo que a mãe foi solta, que não sabe onde ela está e que provavelmente irá atrás do filho. Dito e certo, assim que a ligação é encerrada Tilde liga para Daniel e avisa-o que tudo que o pai disse é mentira, ela não está louca e precisa ir à polícia. Dessa forma, marca um encontro com o filho para explicar tudo que aconteceu no tempo em que ficaram distantes. Esta é a premissa básica do livro.

A partir de então uma narrativa bastante instigante começa do diálogo entre Daniel e Tilde. O jogo psicológico é tão grande que a todo momento ficamos, de verdade, em dúvida sobre quem está mentindo. Por vezes temos certeza que a mãe é louca; outras vezes podemos garantir que ela está dizendo a verdade. O interessante é que o filho é uma espécie de porta-voz do leitor, fazendo as perguntas-chave para a mãe a fim de esclarecer o relato dela. Nesse sentido, a história discorre através de uma escrita e uma estruturação tão bem feitas que não conseguimos parar de ler. Ocasionalmente quase pulamos para as últimas páginas para descobrir quem está certo. Precisamos nos segurar muito para não fazer isso (risos).

Engraçado que esse livro tinha tudo para ser um clichê, mas o ambiente e a maneira como as coisas são reveladas e surpreendem até o mais experiente dos leitores foram grandes acertos do autor. Gostei da originalidade.

Eu gostaria de verdade de poder comentar mais sobre a obra, mas só posso focar no quanto a curti e a coloquei entre as minhas favoritas de 2015. Se eu especificar mais alguma coisa sobre a história posso acabar mandando spoilers, e o que eu não quero de forma alguma é estragar as surpresas.

Literatura de alto suspense psicológico, ágil e envolvente. Um dos melhores livros de 2015, recomendo!

[#LeiaResenhas] Jennifer A. Nielsen - O Trono das Sombras (Trilogia do Reino #3)

Crítica do livro "O Trono das Sombras", de Jennifer A. Nielsen. Montagem: Renato Souza.
Antes de acompanhar a Trilogia dos Reinos criei uma expectativa boa por todas as críticas que vi. Gostei do primeiro livro (O Falso Príncipe), mas só depois de algum tempo que conferi o memorável segundo (O Rei Fugitivo). Esperei um pouco para concluir a história em “O Trono das Sombras”, mas não resisti por muito tempo. Infelizmente não foi o fim que atendeu às minhas expectativas.

Após os acontecimentos do segundo livro, uma guerra está para acontecer nos reinos de Carthya. Nesse cenário, o rei Jaron é obrigado a partir rumo a uma missão de resgate e tentar evitar os efeitos catastróficos das disputas pelo poder.

Geralmente a conclusão de uma saga é para ser grandiosa, mas eu não sei o que acontece com alguns autores ao se perderem no último livro. Tem-se a impressão de que as ideias se esgotam nas obras anteriores e não sobra nada para o último livro. Na Trilogia dos Reinos foi assim. Jennifer A. Nielsen mostrou uma escassez de ideias que decepcionou. Deparamo-nos com cenas repetidas dos livros anteriores.

É claro que houve momentos muito bons na história, senão eu não daria essa nota relativamente alta. Houve momentos que envolveram boa ação e surpresas, mas os altos e baixos do livro tiraram a empolgação de lê-lo. A história é falha em diversos aspectos. Existem planos que dão certo demais, personagens sem um perfil muito definido, enfim, falhas no roteiro que deixam a obra bastante infantil. Não que essa trilogia seja adulta, mas os planos e a inteligência de Jaron em lidar com as situações adversas conquistavam qualquer leitor e desta vez não vemos tanto disso na história. Eu senti falta das ideias realmente mirabolantes e surpreendentes do príncipe.

É uma pena, pensava que essa seria uma trilogia memorável, mas isso só aconteceu com o marcante “O Rei Fugitivo”, o único livro dos três que deixará saudade, pelo menos para mim.

terça-feira, 28 de julho de 2015

[#LeiaResenhas] Stephen King - Sob a Redoma


Crítica do livro "Sob a Redoma", de Stephen King. Montagem: Renato Souza.
Eu nunca, desde que me entendo por livros (risos), havia lido um que contivesse 954 páginas. Eu pensava que nunca leria um desse tamanho, pensava que a história ficaria cansativa, que não conseguiria prender o leitor até o fim, mas agora eu entendo por que Stephen King tem a fama que tem.

A única coisa que eu contaria na sinopse do livro “Sob a Redoma” é que, misteriosamente, uma redoma (espécie de bola de vidro) cobre a cidade de Chester’s Mill. O evento não tem uma explicação plausível, mas gera um grande alvoroço nos moradores, que se comportam de diferentes maneiras, já que a autoridade local, o vilão Big Jim, passa a querer dominar a tudo e a todos, mas de maneira camuflada, pois a intenção é se passar por herói para a maioria dos moradores. É difícil especificar mais do que isso, porque existem muitos (mas muitos mesmo!) personagens e histórias dentro do livro, que é estruturado em uma espécie de seriado.

O livro começa um pouco frio apesar do evento catastrófico inicial. É difícil assimilar tantos personagens e enredos nas primeiras páginas. De verdade, o autor deve ser bastante louco para construir uma história como essa, com tantas pessoas envolvidas que eu acabei perdendo a conta. Gastei todo meu estoque de atores na memória para conseguir visualizar as cenas (risos). E não se enganem, todos os nomes citados têm um papel em algum momento.

Porém, o que engrandece o livro é também o que tira um pouco do seu brilho. Ter um grande número de personagens é muito bom sob diversos aspectos. As histórias se cruzam de maneira eletrizante e isso prende o leitor quase a todo momento. Acontece que, em vez de todos os personagens serem introduzidos pelo menos nas trezentas ou quatrocentas primeiras páginas, sempre nos deparamos com novos nomes; ou então, alguém que foi citado anteriormente só volta a ser citado depois de muitos capítulos. Isso impede que todos possam ser trabalhados com a devida atenção e alguns passam despercebidos, pois não tiveram uma trajetória que tenha chamado tanta atenção. Em outras palavras, foram "só mais um".

Com relação à história, nada a reclamar. Ela segue um ritmo de tensão e drama cada vez mais crescente e podemos visualizar esse livro de fato como um seriado, apesar de não ter praticamente nada a ver com o que está atualmente na terceira temporada. Nesse contexto, fica a dica: talvez seja interessante dividir a leitura em temporadas, só mesmo para curtir ainda mais a história e conseguir absorver tudo. No meu caso eu dividi em duas, sendo que a primeira terminou na página 400 e depois de algum tempo eu iniciei a segunda, que foi bem melhor que a primeira. Os "últimos episódios" foram de tirar o fôlego, se é que me entendem (risos).

Sobre o final do livro, entendo que irá dividir opiniões. Eu particularmente aprecio muito aqueles finais que fogem do comum e que precisam de boa interpretação do leitor para entender a mensagem do autor. Isso gera grandes discussões entre os leitores, o livro fica eternizado e permanece a vontade de lê-lo novamente, sob outro olhar.

Apesar de termos a impressão de que o livro se trata de desvendar o que é a redoma, porque ela apareceu e como destrui-la, penso que o autor quis focar no que acontece com o ser humano quando ele é limitado por tempo e espaço. Stephen King não queria gastar tempo explicando a redoma, mas focando no caos implantado na cidade enclausurada. Com o evento catastrófico, as leis mudam, o conflito de interesses se torna maior e o psicológico da população fica cada vez mais frágil, pois bate o desespero de a comida, a água e etc. acabarem e a redoma não desaparecer até lá, entre outras situações. Além disso, ainda tem um vilão muito bem construído que sabe usar o medo dos outros a seu favor e consegue dominar praticamente a cidade toda – Big Jim.

Dessa forma, Sob a Redoma é um livro que beira a perfeição. Chega a ser inacreditável como uma história pode te prender apesar de mais de 900 páginas, que nem são sentidas durante a leitura. Existe sempre um arco de episódios que terminam em uma situação chocante e a história flui com muita naturalidade.

Este foi apenas o primeiro livro que leio de Stephen King, mas já o coloquei entre os meus favoritos e me tornei um fã da sua forma de escrever e imaginar uma história como essa. Recomendo! #LeiaUrgente.

terça-feira, 7 de julho de 2015

[#LeiaResenhas] Chelsea Cain - Coração Ferido (Archie e Gretchen #1)


#LeiaResenhas Chelsea Cain - Coração Ferido. Montagem: Renato Souza.
Se existe uma vantagem que o Skoob nos oferece é descobrir livros que se encaixam perfeitamente no nosso estilo. Há algum tempo, no gênero policial, mas com uma pequena dose de carga psicológica, deparei-me com o chamativo “Coração Ferido”, de Chelsea Cain.

É difícil montar uma sinopse desse livro sem se basear em um bom número de páginas, porque na verdade essa primeira obra da série de seis dá início a dois personagens um tanto complexos: Archie Sheridan e Gretchen Lowell. Esta causa medo apenas por estar em cena e foi responsável por torturar Sheridan de maneira bem violenta durante dez dias e depois disso se entregou por vontade própria às autoridades, além de “salvar” a vida do policial. No entanto, Lowell causou um verdadeiro estrago psicológico na vida do protagonista, que passou a recorrer aos remédios para conseguir manter a sanidade. Além disso, mesmo presa, Gretchen nos mostra que seu poder fatal vai além das grades.

O livro acerta em diversos pontos. Mais uma vez friso que um suspense policial pode passar despercebido se não oferecer um elemento de originalidade ao leitor. Neste caso, nos deparamos com uma psicopata de proporções ilimitadas, e que conseguiu atingir Archie de um jeito que nem mesmo ele sabe bem entender. Nós o desvendamos juntamente com o personagem. Ele nutre sentimentos ocultos por Gretchen que ele luta com todas as suas forças para combater, mas que parecem exercer um poder descomunal sobre ele. 

Em paralelo (ou não) a esse combate psicológico, temos a investigação de um novo assassino que possui o perfil de estuprar e matar apenas mulheres adolescentes. No entanto, ao que parece ser apenas aleatório aos poucos vai se encaixando à história principal e o clima é eletrizante. 

Outros pontos positivos dizem respeito à escrita. Na agilidade gerada pelos capítulos acertadamente curtos, temos flashbacks da tortura de Gretchen a Archie; a trajetória da carismática Susan e suas matérias jornalísticas sobre o policial protagonista; e as investigações dos assassinatos no período atual. 

Com todos esses pontos positivos, terminamos o livro com um gostinho de quero mais, isso porque sabemos que quase nada foi explicado, e não que isso seja um aspecto negativo, mas precisamos urgentemente saber mais sobre a relação surreal entre Archie e Gretchen. Apenas nas últimas páginas do livro que temos um conhecimento maior sobre o tipo de ligação entre eles, mas a conclusão é que ainda temos muito que acompanhar. Os seis livros que envolvem a série devem destrinchar os personagens e nos fazer acompanhar mais investigações policiais bem encaixadas ao contexto. 

Terminei o livro precisando urgentemente ler o próximo – “Coração Apaixonado” – e não poderei esperar muito por isso. Àqueles que têm estômago forte e que curtem personagens complexos dentro de uma boa história de suspense policial, eu recomendo a leitura! #LeiaUrgente.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Vem Aí o Quarto Livro da Série Policial de Dave Gurney

Composta por quatro livros até o momento, a série policial do detetive Dave Gurney, do autor John Verdon, chamou a atenção dos leitores desde o seu primeiro livro devido aos intrigantes assassinos de cada obra. Agora em julho, o quarto livro - "Peter Pan tem que morrer" - chega ao Brasil, mais uma vez pela editora arqueiro.

Série de livros Dave Gurney (John Verdon). Montagem: Renato Souza.
Desde o lançamento de "Think of a Number" ("Eu sei o que você está pensando"), John Verdon conseguiu atrair a atenção de diversos leitores devido à intrigante sinopse da história. Atualmente é difícil uma série de livros policiais ganhar tanto foco porque o acervo desse estilo é bem grande na literatura estrangeira. No entanto, esse autor conseguiu quebrar esse paradigma ao construir um protagonista cativante e que se depara com assassinatos bem enigmáticos.

John Verdon, 73 anos, conseguiu conquistar alguns prêmios da literatura com seus quatro livros, todos do detetive David Gurney. Além disso, suas obras conseguem ficar entre as preferidas do ano. Com relação às três primeiras já lançadas no Brasil, todas apresentaram tramas muito eletrizantes e bem arquitetadas e uma escrita excelente, entre outras características que quebraram alguns padrões do suspense policial. Porém, o destaque maior ficou por conta da segunda delas, intitulada "Feche bem os olhos", até mesmo de acordo com a pontuação dos leitores no skoob (4.3/5). Isso pode ser justificado pelo fato de esse livro ter tido o final mais surpreendente de todos até aqui.

A editora arqueiro continua o acerto da série e anunciou para este mês de julho, no dia 8, o lançamento de Peter Pan tem que morrer. A sinopse oficial já foi divulgada, confira logo abaixo:

Peter Pan tem que morrer traz de volta o detetive Dave Gurney, protagonista de Eu sei o que você está pensando, Feche bem os olhos e Não brinque com fogo.

No mais tortuoso romance policial escrito por John Verdon, o especialista em mistérios David Gurney dedica sua mente brilhante à análise de um assassinato terrível que não pode ter sido cometido da forma como os investigadores responsáveis pelo caso afirmam que foi.

Detetive aposentado do Departamento de Polícia de Nova York, ele precisa cumprir uma espinhosa tarefa: determinar a culpa ou a inocência de uma mulher condenada pela morte do próprio marido.

Ao descascar as diversas camadas do caso, Dave logo se vê travando uma perigosa guerra de inteligência contra um investigador corrupto, um cordial e desconcertante chefe da máfia, uma jovem linda e sedutora e um assassino bizarro que tem a altura e os traços de uma criança – aparência que lhe rendeu o apelido de Peter Pan.

A uma velocidade assombrosa, reviravoltas assustadoras começam a ocorrer e Dave é sugado com força cada vez maior para dentro de um dos casos mais sombrios de sua carreira.

Novamente John Verdon promete proporcionar aos seus leitores uma história bastante intrigante. O livro já se encontra em pré-venda e é uma boa aposta da editora arqueiro para este ano. Se seguir o nível das obras anteriores, será mais um sucesso do autor no Brasil.

terça-feira, 30 de junho de 2015

[#LeiaResenhas] Augusto Cury - Petrus Logus: O Guardião do Tempo (Livro #1)



#LeiaResenhas Petrus Logus: o Guardião do Tempo (Augusto Cury). Montagem: Renato Souza.
Não é à toa que Augusto Cury é o autor brasileiro mais lido na última década. Já são algumas dezenas de livros publicados, de acordo com seu currículo. No entanto, sua fama é de lançar livros de autoajuda, os quais eu não costumo curtir, a não ser quando têm toda uma boa história por trás dos grandes ensinamentos, como é o caso de “Petrus Logus: o Guardião do Tempo”.

É engraçado como me deparei com esse livro por eventualidade e como ele me prendeu desde a primeira página. Há alguns meses tinha lido “Armadilhas da Mente”, do mesmo autor, e fiquei fã logo de cara devido às grandes lições de vida que ele consegue passar através dos diálogos entre os personagens. Com Petrus Logus e coadjuvantes não é diferente. Além disso, eu não esperava que esse livro levaria tão a sério o estilo aventura ao ponto de ser apenas o primeiro de uma (possível) trilogia.

Na premissa, a humanidade foi quase totalmente dizimada após o fim da Terceira Guerra Mundial, que ocasionou um desastre sem precedentes. Os recursos naturais se tornaram quase nulos, a sociedade passou a ser liderada por um rei e foi proibido o acesso aos recursos tecnológicos e às principais fontes de conhecimento, como os livros. Dessa forma, a população também deixou de ser permitida de criticar as autoridades. Por quê? Porque na teoria foi justamente o acesso ao conhecimento que ocasionou o desastre na Terra, já que a maioria dos seres humanos se mostrou despreparada para lidar com a quantidade de informações proporcionada pelo avanço tecnológico e passou dos limites devido ao excesso da vaidade em detrimento de outros valores mais importantes e essenciais à convivência.

Sinopse muito chamativa e que com certeza nos levaria a refletir sobre o mundo atual. Só que eu não sabia que Augusto Cury conseguiria encaixar uma boa história de aventura em todo esse cenário distópico. Acompanhamos o sofrimento de Petrus (personagem principal) logo nas primeiras páginas pelo fato de ele carregar em si a vontade de questionar, aprender e ser justo com as pessoas. Isso lhe causa muitos castigos e inclusive a rejeição da sua própria família. Em meio a toda essa trajetória ele faz bons amigos e com isso nos deparamos com diálogos muito reflexivos sobre a sociedade atual. O que eu gosto dos livros de Augusto Cury é justamente isso, que durante várias passagens você se encanta com as frases de reflexão e pensa exatamente da mesma forma ou acaba aprendendo e aplicando aquilo para a sua vida.

Estamos vivendo uma situação em que as pessoas têm dificuldade de manter o equilíbrio emocional. Nos enjoamos muito rápido das coisas, deixamos de nos alegrar com coisas simples, nos vemos em estado cada vez mais constante de ansiedade, entre outros cenários. Precisamos aprender a equilibrar as nossas emoções, deixar o preconceito de lado, termos mais humildade ao invés da vaidade e nos colocarmos no lugar do outro para só assim conseguirmos viver de verdade. Através da metáfora do livro entre Petrus e seu leão, percebemos a importância de sabermos controlar os nossos instintos, naturais de todo ser humano, mas que causam bastante estrago quando não são domados.

O fato de ser um livro com uma boa história e ser bastante reflexivo o colocou na minha lista de favoritos, mas algumas críticas minhas impediram que ele ganhasse nota máxima. Não sei se é pelo fato de ser a primeira vez que Augusto Cury escreve uma aventura desse porte, mas alguns exageros durante a sua escrita chegaram a incomodar. Existe um excesso de “íssimos” que poderia ser diminuído para deixar a história mais adulta, fora os exageros relacionados à reação dos personagens, do tipo “todos choraram muito”, “eu não posso viver sem você”, penso que esses termos já estão ultrapassados (risos). Ainda, existem algumas falhas no roteiro quando algumas situações se resolvem de maneira muita rápida, deixando explicações básicas de lado, principalmente nas últimas páginas.

Tirando isso, o livro foi uma grata surpresa, pois não imaginava uma junção aventura + autoajuda, e que surpreendentemente deu muito certo sem ficar monótono e cansativo. A todo momento nos deparamos com um acontecimento diferente e é uma pena (ou ainda bem) que foi só o primeiro volume, o que deixou várias pontas soltas ao final da história. Mal posso esperar para acompanhar os próximos capítulos. Leiam!

terça-feira, 16 de junho de 2015

O Sucesso Mundial de "A Garota No Trem"

Comparado ao memorável Garota Exemplar (Gone Girl), The Girl on the Train (A Garota no Trem), de Paula Hawkins, com lançamento previsto para 2015 no Brasil, o livro já vendeu mais de 2 milhões de exemplares pelo mundo.

"A Garota no Trem" (Paula Hawkins) já é um sucesso mundial. Montagem: Renato Souza.
Os leitores viciados em suspense psicológico com certeza se impressionaram recentemente com o "Garota Exemplar". Dessa forma, qualquer obra que seja pelo menos comparada a essa imediatamente merece atenção. Assim, presente por mais de 13 semanas na lista dos mais vendidos de acordo com o The New York Times, The Girl on the Train, de Paula Hawkins, já é um sucesso.

Com os direitos para a adaptação cinematográfica comprados pela Dreamworks, o livro será lançado pela editora Record ainda em 2015 no Brasil, mas sem data definida. A capa e a sinopse oficiais já foram divulgadas, sendo que esta pode ser conferida logo abaixo:

Rachel pega o mesmo trem toda manhã. Ela sabe que ele vai esperar no mesmo sinal toda vez, com vista para uma fileira de quintais. Ela até começou a sentir como se conhecesse as pessoas que vivem em uma destas casas. ‘Jess e Jason’, é como ela os chama. A vida deles como ela vê é perfeita. Se ao menos Rachel pudesse ser tão feliz assim. E então ela vê algo chocante. É apenas um minuto antes do trem se mover, mas é o suficiente. Agora tudo mudou. Agora Rachel tem uma chance de se tornar uma parte da vida que ela só assistiu de longe. Agora eles verão; ela é muito mais do que apenas a menina no trem…

A sinopse é no mínimo intrigante e gera algumas perguntas na cabeça do leitor. O fato da autora ser comparada à Gillian Flynn se deve muito à sua escrita. As duas histórias causam uma sensação de medo, trazem detalhes do assassino e os múltiplos narradores das histórias não são confiáveis. Porém, as comparações param aí, uma vez que existem diferenças cruciais entre as protagonistas, mas que não podem ser ditas sem gerar spoilers acerca dos livros.


E você, também está ansioso por este lançamento? Este livro promete impressionar os leitores. Que seja lançado logo!

segunda-feira, 15 de junho de 2015

O Que Que "A Rainha Vermelha" Tem?

Até mesmo antes de ser lançado, o livro "A Rainha Vermelha", de Victoria Aveyard, já fez um sucesso assustador. Os direitos de adaptação para o cinema imediatamente foram comprados, o filme está em andamento (Elizabeth Banks está em negociações para dirigir) mesmo sem ainda ter sido lançado no Brasil e os leitores "surtaram" para acompanhar essa obra.

Victoria Aveyard, Elizabeth Banks e A Rainha Vermelha. Montagem: Renato Souza.
Com apenas 24 anos, Victoria Aveyard conseguiu o feito de se tornar autora best-seller, de acordo com a lista do The New York Times, desde que lançou o seu livro "The Red Queen". As distopias vêm sendo destaque desde Jogos Vorazes, mas nenhuma conseguiu superá-lo, o que tem tudo para acontecer agora com A Rainha Vermelha.

Na sinopse oficial...

O mundo de Mare Barrow é dividido pelo sangue: vermelho ou prateado. Mare e sua família são vermelhos: plebeus, humildes, destinados a servir uma elite prateada cujos poderes sobrenaturais os tornam quase deuses.

Mare rouba o que pode para ajudar sua família a sobreviver e não tem esperanças de escapar do vilarejo miserável onde mora. Entretanto, numa reviravolta do destino, ela consegue um emprego no palácio real, onde, em frente ao rei e a toda a nobreza, descobre que tem um poder misterioso… Mas como isso seria possível, se seu sangue é vermelho?

Em meio às intrigas dos nobres prateados, as ações da garota vão desencadear uma dança violenta e fatal, que colocará príncipe contra príncipe — e Mare contra seu próprio coração.

Sem dúvida é um livro que promete bastante mistério, intriga e um clima eletrizante, mas ainda sim não é o suficiente para fazer com que o leitor tenha imediatamente que comprá-lo. É necessário ver um boca a boca positivo nas redes sociais, e foi o que aconteceu. Até mesmo antes de chegar na versão brasileira, onde o lançamento oficial acontece neste 16 de junho, muitos já "gastaram" o seu inglês acompanhando a versão americana, ou então, através de parcerias com as editoras, já conferiram a história distópica.

O próximo livro da saga só será lançado no dia 9 de fevereiro de 2016, isso na versão americana, e o título ainda não foi definido. Porém, o sucesso é tão grande que o filme já está em andamento e a atriz e também diretora Elizabeth Banks (Pitch Perfect 2) estaria em negociações para dirigir o primeiro longa.

Uma coisa é fato: a curiosidade fica cada vez maior quando você vê o falatório positivo de todos que conseguiram acompanhar o livro de alguma forma até agora. No skoob a sua nota atualmente está em 4.7 de 5, a qual é considerada quase perfeita. A partir desta terça (16/06), todos poderão finalmente descobrir o que A Rainha Vermelha tem. A expectativa é enorme. Que seja uma série memorável.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

[#LeiaResenhas] Gillian Flynn - Lugares Escuros

Crítica do livro "Lugares Escuros", de Gillian Flynn. Montagem: Renato Souza.
Depois de ter lido um marcante "Garota Exemplar" e depois um esquecível (nem tanto) "Objetos Cortantes" (livro de estreia de Gillian Flynn), finalmente pude acompanhar a segunda obra da autora, intitulada "Lugares Escuros". Caramba, não sei por onde começar a descrever o que senti ao ler este livro.

Em plena época de ideias escassas, personagens mal trabalhados e histórias mal encaixadas, precisamos voltar as atenções para aqueles escritores que conseguem imprimir uma identidade em suas histórias. Nesse cenário, um dos maiores destaques do suspense psicológico da atualidade vem se firmando com apenas três livros lançados, sendo que o seu segundo (Lugares Escuros), com filme a ser lançado no próximo dia 18 de junho, foi o mais recentemente lançado pela editora intrínseca.

A sinopse é novamente atrativa. Em 1985, um massacre marcou a cidade de Kinakee, Kansas City, onde duas crianças foram assassinadas, juntamente com a mãe delas. O irmão das menininhas, Ben Day, foi acusado dos assassinatos pela irmã Libby Day (também sobrevivente) e desde então passou a vida na cadeia, cumprindo a sentença de prisão perpétua. No entanto, após ser chamada para comparecer a um grupo de discussão de assassinatos famosos, intitulado "Kill Club", Libby decide revirar o passado e investigar se o que de fato aconteceu naquela noite foi o que ela viveu 25 anos acreditando.

Este é o terceiro (e último livro lançado) que eu leio de Gillian Flynn e são tantos elogios que nem sei por onde começar. Nenhuma das histórias foram sequer parecidas. Sua identidade se firmou em sempre contar uma história única.

Em Lugares Escuros, o desenvolvimento foi impecável e a alternação narrativa de três membros da família proporcionou uma grande dinâmica na obra. Um capítulo é Libby (primeira pessoa), o outro é Ben (terceira pessoa), o outro volta pra Libby e o ciclo se fecha com a mãe deles Patty Day (terceira pessoa). Dessa forma, o leitor acabou descobrindo algumas coisas primeiro do que a principal personagem e essas vantagens foram sendo utilizadas no momento certo a fim de proporcionar uma tensão muito maior.

O que pode causar cansaço em alguns leitores é a ausência de diálogos em grande parte da obra, mas este fator é justificado no foco da autora em montar o perfil psicológico de cada personagem, o que faz com maestria, pois cada um deles se torna marcante à sua maneira. Um destaque para a acidez nos pensamentos da protagonista (risos).

Vale ressaltar a evolução de Flynn se compararmos com o seu primeiro livro (Objetos Cortantes). Se antes ela havia se mostrado inexperiente com diversos aspectos da escrita, em Dark Places esses erros simplesmente não existem. O quebra-cabeça sobre o que aconteceu na noite do massacre ficou mais complicado de se resolver a medida que o livro avançou, até chegar em um final de deixar qualquer um de queixo caído. Muito surpreendente!

Mesmo com todas essas críticas positivas, gostaria de deixar um aviso: não garanto que os mesmos que gostaram de Garota Exemplar irão gostar deste livro. Aliás, acredito que Lugares Escuros ainda dará muita polêmica devido ao tema que ele contém: "a adoração ao satanás". Existe uma cena que achei bem pesada e me pergunto se ela será levada com precisão para as telas, pois será muito forte caso isso aconteça e gerará muita discussão entre os mais céticos. É claro que esse tipo de culto não é o tema dominante no livro, mas faz parte do contexto.

Se Objetos Cortantes não me causou o mesmo êxtase que Garota Exemplar, Lugares Escuros conseguiu o feito. O livro veio pra ficar marcado na memória e mal posso esperar para acompanhar o filme, que contará com grandes atores e uma boa produção. Espero que seja bastante fiel, como Gone Girl foi. Uma pena que Gillian Flynn vai demorar lançar sua próxima obra, visto que está em um projeto com o diretor David Fincher. A literatura mundial precisa de mais autores originais e ousados como ela. Me tornei um fã! #LeiaUrgente

quinta-feira, 11 de junho de 2015

[#LeiaResenhas] Teri Terry - Reiniciados (Trilogia Reiniciados #1)

Crítica do livro Teri Terry - Reiniciados (Trilogia Reiniciados #1). Montagem: Renato Souza.
Distopia passou a ser moda desde o grandioso "Jogos Vorazes". Neste gênero, uma leva de livros foi lançada na tentativa de fazer o mesmo sucesso que o representante do estilo literário, mas nenhum ainda conseguiu na mesma proporção, e não é diferente com o livro "Reiniciados", de Teri Terry.

A premissa é daquelas de fazer qualquer um querer adquirir o livro. Num futuro distópico, os reiniciados são aqueles que desobedeceram à lei de alguma forma e tiveram as suas memórias e personalidade apagadas. Kyla, personagem principal, é um desses indivíduos, que são sempre adotados por uma família e precisam respeitar seu "nivo" - espécie de regulador das emoções do reiniciado, sendo 10 para muito feliz. Dessa forma, experimente sentir medo, raiva ou qualquer sentimento do gênero e terá uma morte rápida. É preciso controlar esse nivo a todo momento se quiser sobreviver. Tentar removê-lo não é uma alternativa. O governo precisa de uma sociedade controlada. Interessante, não? Mas o desenvolvimento é muito lento.

Ao ler a sinopse temos a sensação de estar diante de um livro eletrizante. Temos uma personagem que não sabe o que ela fez antes de ser reiniciada e isso se torna um mistério para o leitor também. No entanto, ela passa inexplicavelmente a ter lembranças muito vagas da sua vida anterior. É aí que o cenário "não posso confiar em ninguém" poderia ser muito bem trabalhado, mas não foi. A autora não se aprofundou nos personagens e não temos grandes acontecimentos na história. Isso mesmo: durante pouco mais de 400 páginas, não temos praticamente nenhum avanço.

Apesar desses pontos negativos, o que te faz querer terminar o livro é a escrita leve. Também, existe um potencial na história que te faz querer acompanhá-la, mesmo com as decepções. Se mais personagens tivessem sido inseridos e melhor trabalhados e mais surpresas acontecessem, com certeza estaríamos diante de um livro perfeito. A autora pecou pela simplicidade excessiva e falta de agilidade.

Este início de trilogia não me empolgou, mas gostaria de deixar uma ressalva: a história pode melhorar a partir do segundo livro. O que não foi desenvolvido em "Reiniciados", pode vir a acontecer em "Fragmentada", mesmo que a primeira obra não tenha causado aquela necessidade de ler imediatamente a sequência. Talvez em um futuro próximo eu leia, mas não é prioridade.